"A maior necessidade do mundo é a de homens; homens que não se comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao pólo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus." Ellen G. White


segunda-feira, 18 de abril de 2011

Diferente

Era um dia comum de trabalho, todos estavam extremamente atarefados, quando de repente a garota grita do outro lado da cozinha:
-Preciso de ajuda com a salada, o sinal do almoço já vai bater!
Vê- se um rosto franzido de surpresa surgir por detrás da parede da copa, onde se lavam as panelas. Então ele se dirige até a pia, do outro lado.
Ele: - O que falta?

Ela: - Os tomates!

Ele pega uma faca qualquer e começa a fatiá- los. Ela olha e surta.

Ela: - Pegue uma faca amolada, está estragando os tomates! Lavou as mãos com sabão?

Ele: - Minhas mãos estão limpas e eu não estou estragando os tomates!

Ela: - Claro que está e suas mãos não estão limpas, você estava lavando panelas engorduradas!

Ele olha com um certo desdém e emite um risinho irritante, larga a faca e o tomate e sai.

Ela: - Onde você vai? Eu preciso de alguém pra me ajudar!

Ele: - Não existe só eu nesta cozinha, olhe em volta!

Ela, toda sem graça, pede para que ele volte e a ajude. Entrega- lhe o sabão, como que exigindo que aquelas mãos fossem imetiatamente lavadas. Ele sorri e finalmente obedece.

Ela:- Obrigada, como é mesmo o seu nome?

Ele: -Ah, não acredito que você não lembra, que coisa...

Ela: - São tantos novatos, dá um desconto, poxa!

Ele: - Tudo bem... os tomates estão cortados.

Ela:- Corta mais, senão falta.

Ele olha pra caixa que o aguardava rente aos pés, deveria lavá- los ainda por cima. “Que abusada!” pensou.

O sinal do almoço bate, são 11:30h.

Ele:- Finalmente, não aguentava mais estes tomates!

Ela:- Olha o que você fez garoto! As fatias estão muito grossas, ninguém vai comer isso!

Ele:- Ah, mas eu vou comer.

Ela:- Você é louco, maldita hora que veio me ajudar!

Ele: - Ah, é? Nunca mais te ajudo garota!

Ela: - Não vou precisar mais mesmo!

Ouve- se um grito vindo do restaurante: - Cadê o resto da salada? Preciso abrir o restaurante!

Ele:- Não vai levar sua bendita salada?

Ela:- Vou sim, não precisa me dizer o que tenho que fazer, eu já sei. Não vai levar essa caixa até o frigorífico pra mim? Eu já imaginava que não.

Abaixou- se e pegou e caixa, fazendo um tremendo esforço.
Ele tenta pegar a caixa à força das mãos delicadas da garota, que insistia em querer parecer forte. Acidentalmente a caixa escorrega e ela pega de novo, porém ele tenta detê- la. Suas mãos encostam nas delas, entrelaçando automaticamente seu grossos dedos em suas finas mãos.
Ambos se olham e ela finalmente ela se rende ao cavalheirismo.

Ela:- Obrigada por hoje. Você me livrou de uma bronca.

Ele:- Ah, não precisa agradecer. A propósito, você não vai comer mesmo os tomates?

Ela olha e sorri: - Não devem estar tão ruins assim, acho que posso arriscar!

Puderam sentir calados que aquela cozinha não seria a mesma naquelas longas férias de verão. Não seria tão enfadonha assim, afinal.

4 comentários:

Fernando Archanjo disse...

Muito bom o dialogo!
Parabéns! Parece bem realista, como se tivesse sido vivenciado.

Renee disse...

Eu diria fantasioso, se eu mesmo não tivesse passado por coisas parecidas. Ficou ÓTIMO! Me fez lembrar de algumas coisas ao mesmo tempo que eu imaginava a cena.

jhonatan disse...

isso ai tá parecendo fato verídico...han...essa cozinha do IPAE tem muita historia pra contar.

Rodrigo P. Marques disse...

mandou bem, marina. gostei!!