Almejamos um futuro melhor todos os dias, acordamos e prometemos a nós mesmos um dia melhor. Vivemos esperando esses dias melhores, esses dias que parecem nunca chegar. E o presente que parece nunca passar, passando desapercebido por nós quando se vai.
O que na verdade então percebemos, se o que mais importa passa desapercebido? O que na verdade exaltamos agora como "algo melhor", se esse algo parece nunca ser conquistado?Arquitetando esse "melhor" sempre voltamo- nos para o futuro como se o mesmo fosse a âncora que nos mantivesse seguros nesse mar que é a vida. Construímos nossas expectativas com base no futuro, esquecendo- nos que a única certeza é o agora, o PRESENTE. Esse presente que ignoramos, prometendo tudo para amanhã. Apoiamo- nos numa falsa base de segurança que na verdade não passa de uma mera ilusão. Nossos olhos almejam sempre o que virá, não o que é, o que hoje pode ser conquistado, o que deve ser conquistado, aqui e agora!
Preocupados com o que talvez virá, com as promessas que juramos que cumpriremos no novo ano que se aproxima, na lista de presentes a serem comprados, na casa nova a ser mobiliada, nos bens materiais a serem conquistados... esquecemo- nos de viver, amar, sorrir. De viver a vida. De viver a vida de forma decente, da maneira como deve ser vivida. Como criança, não no sentido literal, que julgamos viver e que retratamos em nossas solitárias palavras num devaneio qualquer. Mas de verdade mesmo.
Sem nos esquecermos de nossas metas, é claro. Mas tendo em mente a exímia e maravilhosa essência da preciosa dádiva que hoje nos é concedida, a vida, que nunca deveria ser desperdiçada, como hoje muitos de nós insistimos em desperdiçar. (Na foto - Yasmin Toledo, minha prima. Digna dessa foto, que vive como deveríamos viver: como criança, uma criança verdadeiramente feliz apesar das circunstâncias!)
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